Tô aqui só,
Sobrando no meio do ar,
No meio dum quarto sem lar.
Num violão em acordes de dó.
Com dó, sem dó,
Tô aqui sobrando,
Soprando o pó
Da sala sozinha,
Do quarto, da cozinha,
Do quarto, da cozinha,
Sem amor no meu paletó.
Tô aqui na tela manchada,
Vazia e soturna.
Cantando em soprano
Abafado ao lado de um trago,
No meio do mar, no meio do mato,
Na estrada inacabada
Na estrada inacabada
Ao lado do gato preto,
Quebrado e vadio,
Quebrando espelhos
E rasgando pensamentos.
Tô aqui num nó
Dentro do peito.
Bem do lado esquerdo
Havia uma bomba explodindo
E disparando pulsos inesperados,
Desespero, desesperança,
Não espero oferta além da demanda
Não espero oferta além da demanda
Te vejo e te quero
Como alguém quer uma faca no peito,
Como alguém fritando no leito
Num soprano soturno de meu anseio...
De meio anseio, febre e fadiga,
Ah!
Eu tô é doente do peito.
Olhando para a prateleira da vida.
Olhando para a prateleira da vida.
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