Nasce a primavera,
E depois do peso seco
E de todas as crateras,
O rio corre, caindo pela serra
Esta primavera parirá dragões em flor.
Florescerá torrencial em chamas belas
Com a potência de uma cachoeira
Que molda a pedra numa graça indolor.
Nascem nascentes serpentinas,
Correntes macias acariciam os braços dos rios...
E as pernas, e a nuca, os lábios e todos os fios de cabelo...
Correndo correntes, caminhando em direção ao infinito do mar.
Movem moinhos que se tornam hélices,
Que nos dão todo o direito, dever e devir,
De graciosamente flutuar
Diante das cores vivas
Diante das cores vivas
Diante de um Sol que respira em meus poros,
Olho o céu aberto. Olho: Céu aberto...
Flores em meu rosto, folhas e espinhos,
E vinhas, e vinhos em linhos tecendo ósculos.
Floresço em mim e em todas as flores do meu jardim.
Meus amores e amoras são rios que se encontram
No movimento desta corrente,
Metamorfoseando-se, mutantes,
Em direção ao mar.
Em direção ao infinito.