sexta-feira, 11 de abril de 2014

InsonÍa

Insonía não-sonía
Misantropia
E o som das gotas na pia

O tic tac do relógio
Pulso torto
Os mosquitos-helicópteros

Deita na minha cama sem permissão
Bagunça cabeça, colchão, coração
Dias colados, adesivados
Segundaterça, quartaquinta
Sexta não!

Sexta não durmo por opção.

Tépido Cúmplice

Olhai, vês que dentro há
Um algoz absorto
Plantando explosivos no peito.
Bomba-relógio da qual passo a ser oriundo.

Bombeia pedaços de universo,
Moléculas invisíveis que matam
Na sutileza de pequenos versos do corpo,
Escondidos detrás da fechadura do quarto.

Sou cúmplice do teu crime apaixonado
Sob os olhos, sob o beijo,
Vejo sincero e puro desejo.

Sob teu codinome leve, guardo,
Sem rancor, nem lamúria e anseio,
Esta marca soturna e embriagada

Que já não causa medo.