Na tua face ebúrnea encoberta
Sua revolta sua cada vez mais bela,
De traços faciais recônditos,
Em meio a fumaça ardente que cobre as ruas.
Aprecio o sorriso largo, às vezes tácito,
Com covas discretas;
Que foge ao lenço
Em olhares e ironias,
De curtos momentos.
Olhares fulminantes,
Voz rouca que grita às misérias.
Braços poderosos que rangem às alfaias
E lutam com ideias.
Aprecio-te, graciosa à margem.
E teu grito convicto e impiedoso,
Com toda a certeza de uma mulher guerreira,
Com toda dor de uma mãe
E paciência de uma
parteira.
Vejo em teus olhos e posturas
A chama de uma consciência de nobre plebe
Que rompe com diversas conjunturas,
Com a incongruência da sede.
Ébria tua postura,
Ébrio teu grito,
Libertário e esperto.
Ébrio, porque liberta fora de rito,
Porque quebra o velho mito
De que mulher é um bicho obediente e quieto.
Forte e salamandrico o teu sorriso recôndito,
Pois é como chama vermelha dançante,
Incitando o caos e a revolta,
Debaixo do lenço a graça
Que derruba livros da estante.
Que derruba livros da estante.
E sinto brio e orgulho
De dividir espaço ocupado contigo;
Ao lado de um espírito livre
Que elucida a destruição
E a construção com fúria e paixão.
E se eu tivesse o teu impiedoso grito
Em minha mão,
O jogaria diretamente,
Temperado com vinagre,
Sobre uma multidão.
e seria uma bomba poética de cantos gregorianos
ResponderExcluirtrincante no coração como cristal em pedaços
uma espada que atravessa a coluna dorsal de um continente
uma força índiana ancestral concentrada em pleno presente