domingo, 19 de abril de 2009

Expressar é o Vício dos artistas.

Eu sou um suicída,
sou um masoquista,
uma alma perdida,
vivendo uma vida restrita.

Minha frustração,
minha infâmia,
me dão o desejo de me expressar,
me dão o dom de criar arte instantânea.

Fecho a porta de meu quarto abro as janelas para a inspiração entrar,
para que eu possa me declarar,
para que eu possa ser o que quiser,
estar aonde quiser,
viver o que quiser,
dizer o que quiser,
e fazer por gostar.

Deito em minha cama,
me cubro com meus cobertores,
mas não para dormir,
mas para pensar sobre o que sinto,
expressar minhas dores.

A noite fria é a perfeita inspiração
para questionar o que se sabe,
e não viver em vão.

Não durmo,
Não descanso,
Não sonho,
Apenas escrevo.

Embalsamento Artificial.

Embalsamado artificialmente,
sigo em frente pelo caminho da escuridão.
Não somos nada e não temos ninguém,
no final de tudo não existe sentimento ou razão.
Vagamos pelo mundo iludidos com algo inexistente,
nos apegamos a ilusões perdidas,
achamos uma virtude que se torna vício,
algo que me faz inerente.

Não há mais ninguém,
não existe nada além da solidão,
nos tornamos egoístas,
já não procuramos alguém.

Não importa o que é real ou ilusão,
não importa quem mente ou quem diz a verdade,
não importa,
no fim de tudo sempre haverá decepção.

Não existe nenhum final feliz,
não existe nenhum final pacífico,
tudo é gerado por conflito.
Dizem que não há desculpa para o que fiz.

Fui embalsamado por materiais artificiais,
por pessoas artificiais,
por razões superficiais,
por malditos motivos irracionais.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Depressão Pós-Suicídio

Eu passo todas as noites em claro,
já não consigo dormir de acordo com o relógio.
Já não consigo me render a tres malditos ponteiros.
O descanso não vem, o descanso não acontece mais.
Como se o dormir durasse apenas alguns segundos, sem valor.
Não faz sentido se manter desacordado durante horas,
isso não me satisfaz.
Já não sonho mais, já não acordo mais,
o mundo se tornou escuro e sem sentido.


As ultimas noites foram ótimas,
cheias de ilusões, cheias de insanidade, realmente necessárias.
Eu gostaria de não precisar parar,
mas isso não é possível.
É um infortúnio ter limítes.
Estou decaindo aos poucos.

Minha mente já não pensa,
meu corpo já não cansa,
meu coração não sente,
minha alma descansa.

Cada vez mais sinto a degeneração profunda de tudo isso.
Estou destruindo a mim mesmo.
E isso é tão bom.
Já não me sinto patético
porque já não me importo mais.

É tudo vazio, ninguém realmente existe.
Não há com quem contar, nem em quem pensar.
Não faz sentido.
Vivemos uma grande ilusão, uma grande farsa.
Somos alma corrompidas perdidas num mundo cruel cheio de
desgraça.

Não faz sentido confiar,
Não faz sentido conversar,
Não faz sentido sentir,
Não faz sentido agir.

Vivemos uma hipocrisia na qual acreditamos que estamos bem
ao lado de pessoas que amamos quando na verdade estamos
nada mais nada menos do que sozinhos, como todos seres humanos.

Somos egoistas, e não faz diferença acreditar em alguém.
Somos seres pútridos da mais profunda escuridão.
Somos seres desauridos e amaldiçoados por pensar.
Somos a escória predadora de um mundo em chamas.
Não existe definição melhor para o ser humano.

É possível encontrar beleza dentro destes seres desalmados e
perdidos... como é possível encontrar beleza em tudo.
O conforto vem de cada um, assim como a consideração, o gosto
e todas condições únicas...

É tudo uma questão escolha, pois no fim de tudo, tudo passa.
Tudo acaba.
Tudo se perde.
Tudo se esquece, por mais cruel que seja.

Somos memórias perdidas.
Somos passado que não volta, presente que não satisfaz e
futuro que não existe.

Somos... não...
Não somos.
Não mais.