As vezes
acredito
Que todas
patologias tão minhas
São apenas
reflexos do espelho quebrado
Que reflete
pequenas luzes convexas
D’uma
realidade flácida a ser definida.
As vezes sou
o espelho
As vezes sou
o pedaço,
O caco,
Pois tudo
que é escrito é condensado.
É compacto,
superficial, quase estático.
Tudo que é
escrito é só um trago
Do que é
vivo...
Eu olhava
nos gritos do rádio
A sintonia
pasmava,
Era real
Mas não era.
Era tudo,
era belo, mas não era vivo.
Tão morto
quanto uma fotografia.
O que era
vivo era a raiz plantada
Na ideia que
remanescia.
Era um
memento do momento que jazia
No túmulo do
tempo.
Morto. Sem
vida.
Era a
semente na terra
Da ideia que
remanescia.
A batida do
ponteiro do segundo que passou
O riso, o
grito,
O pranto,
O mito que
ficou.