terça-feira, 26 de maio de 2015

Procrastinação

Procrastinação:
O menino, que precisa estudar,
Senta na cadeira
E compõe um arranjo
No violão.

domingo, 24 de maio de 2015

Açúcar

Você é uma graça
Não uma gracinha
Pois é muito mulher

Agradeço as danças e carícias
Da noite passada que brilha
Iluminada por estrelas
Do teu leve sorriso

Se fosse para te descrever num adjetivo
Seria o de uma menina doce
Açúcar tímido e belo de mulher

Se fosse para cantar um poema ilustre
Escorregando para te encontrar aonde fosse
Diria que a graça desse açúcar

Não cabe numa colher

Brinco-me

Brinco
E de repente as angústias não são drásticas
Brinco
De repente a alma inane se põe tácita
Brinco-me
Pois sou brinquedo de mim mesmo
Na brincadeira de ser e reaprender a ser
Desapego desavenças
Desvendo intensas crenças
E no peito, mais leve,
Voa, insólito, um pavão colorido.
Meu voo já não tem a mesma cor de antes...

terça-feira, 19 de maio de 2015

Despertar

Desperta
Desperta a visão para aquilo que já sabes que é
Abre caminho para a força
Que a luz há de transmutar teu ser

Desperta o xamã que existe dentro de ti
Que a magia da cura fluirá
A cura da música atravessará teu corpo
E cada nota há de rearranjar
O acorde do acordar

Desperta o corpo em graça
Que a dança o habita e sempre o habitará
Para trilhar o caminho do amor
É preciso primeiro se amar

Desperta e nada neste mar
Deixa as ondas curar teus anseios e medos
As ondas, calmas na maré, acarinham a alma
O ventos violentos da tempestade e sua chuva intensa
Também regam as mais belas flores do jardim
E da lama nasce a flor de lótus

Acorda de desperta
Não basta abrir os olhos para ver
Abra a janela para a luz
Que esta alimentará as flores do jardim
Desperta que o caminho a se trilhar
É a imensidão do ser
Seja o despertar a cada dia
E a cada dia, a cada raio de luz

Florescerá uma nova flor de lótus.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Noite Calada

Se a insônia é brava
Acalmo as pálpebras com o carinho das estrelas
Se a maré é alta
Surfo no alto das palpitações
Pois na noite calada
Uma brainstorm desvairada
Pode dançar tango

Ócio Ósculo

Emaranhado de pernas e braços
Assíduos a se entrelaçar
Nós nos nós de nossos cabelos
No encontro de inércias
Querem apenas estar

Ócio ósculo na cama
Que, sedutora, é mais atraente
Que a correria lá fora,
Máquinas correndo para lá e para cá
Enquanto aqui dentro corpos rangem
Numa conversa silente

Corpos rolando no prado acolchoado
Mergulhados num oceano de abraços
Caminham parados
Voam no mesmo lugar
Como beija-flor com sede

Plantados, arados, em movimento sutil
Como planta que cresce sem ninguém ver
A cada respiração, arrepio da palavra tácita
Essa intensa vontade de movimentar a inércia

Até o Sol poente.