quinta-feira, 29 de abril de 2010

Simplesmente...

Tendo a ignorância como uma bênção
Eu talvez seja um amaldiçoado egoísta.
E não sou culpado
Por simplesmente não me importar.

As pessoas tornam-se insignificantes
E a realidade torna-se intransponível.
As mensagens são pessimistas
E a poesia é escura
Como uma noite de lua nova.

Mantenho-me inconstante
Beirando a ausência do sociopata
Em conflito com a sensibilidade do artista,
Constantemente desesperado como um romântico.

Apenas posso cantar
E continuar meu solene-soturno viver
E expressar o quanto amo...
O quanto sinto...
O quanto deixo de sentir...
Posso apenas continuar a gritar.

Eu apenas busco
Mais uma tristeza para um retrato.
Pois esta é a obstinação de um artista,
Retratar, amar e lamentar.

Amo demais...
Lamento tanto...
Retrato pouco...

Simplesmente, sou apenas um complexo.
Como uma bactéria de males e benefícios.
Sou muito muito pouco para ser.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tabuleiro de Influências

E olhar o mundo girar
Com os olhos de um ignorante
Sem perspectivas, conceitos ou concepções
Com saliência em apenas um egoísmo simples
E na ausência de opiniões.

Rondado pelo azeviche alienante
Da visão manipuladora
Ser apenas um peão
Em um xadrez incessante

Tabuleiro de influências
Que rege a existência plana.
Apenas uma peça descartável
E sem qualidade alguma.

Porém, grande a quantidade
Dessas peças comuns
Pois os desprezíveis
São os geradores do poder.

Basta alimentá-los
Com ilusões baratas
E esperanças falsas.

Basta iludi-los
Com uma visão de superioridade
E induzi-los no desejo
De pisar na cabeça alheia.

Oferecê-los bobagens para falar
Futilidades para acreditar
E estereótipos para julgar.

Peões...
Apenas soldados boçais
Para morrer e existir em vão.

Peões...
O exército de patologia humana...
Composto por grotescos perdidos
Fadados a viver sem razão.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Essencialismo Rebelde

Eu preciso de um paradigma para quebrar
Preciso de uma leia para desobedecer
Preciso de um fardo para carregar
De uma obstinação para ser.

Pois sem um costume para discordar
Não existe desafio para motivar.
Resta apenas
Um ócio para viver.

Eu preciso ser
Um oprimido original
Para alguma coisa ser.
Porque minha essência filosófica
É desobedecer.

Pois a minha função sociológica
Tão rara e exótica
É criticar o outro existir.
Pois minha essência filosófica
É desobedecer.