Partimos
Em direção ao infinito que nos assola
Pois a estrada tudo cura
E esvaziamos nossas sacolas
Meu coração em seu rompante mutante
Clama por se rearranjar
Em outros acordes
E os nós das cordas
Já sufoca,
Não edifica as tranças
Embaraça o cocar
Às vezes a gente na sabe aonde quer estar
É melhor não estar em nenhum lugar
E, numa graça nômade, ser-revirar
Revirar-se do avesso
De dentro para fora
De fora para dentro
E neste desinvento
Encontrar este pulso irremediável,
A vibração insondável
Que nos coloca em movimento
Em direção ao mar
Em direção ao infinito
Em direção que for
Não existem despedidas nessa vida
Não existe clamor mais áspero que a despedida
Existem encontros,
Existem reencontros
E existe a harmonia dos momentos...
No devaneio deste vale de utopias
Não lamento, não desmorono,
Mas construo castelos com sinfonias
Encima das ondas mais belas
Que se desfazem ao vento
E acarinham as faces de forma singela
Com a calma que me edifica
A leveza que me impera
Ao ver que a vida é deixar voar
Voa em direção as estrelas
Que o infinito está nas garras da ave mais ousada
Voa em direção aos céus
Que a estrada só chega ao fim
Quando se deseja que se chegue
Voa
Pois é só o começo
E o mundo é muito pouco
Para quem tem pernas para voar