quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

No Horizonte Encontrei os Pássaros Mais Belos

Partimos
Em direção ao infinito que nos assola
Pois a estrada tudo cura
E esvaziamos nossas sacolas

Meu coração em seu rompante mutante
Clama por se rearranjar
Em outros acordes
E os nós das cordas
Já sufoca,
Não edifica as tranças
Embaraça o cocar

Às vezes a gente na sabe aonde quer estar
É melhor não estar em nenhum lugar
E, numa graça nômade, ser-revirar
Revirar-se do avesso
De dentro para fora
De fora para dentro

E neste desinvento
Encontrar este pulso irremediável,
A vibração insondável
Que nos coloca em movimento

Em direção ao mar
Em direção ao infinito
Em direção que for

Não existem despedidas nessa vida
Não existe clamor mais áspero que a despedida
Existem encontros,
Existem reencontros
E existe a harmonia dos momentos...

No devaneio deste vale de utopias
Não lamento, não desmorono,
Mas construo castelos com sinfonias
Encima das ondas mais belas
Que se desfazem ao vento
E acarinham as faces de forma singela

Com a calma que me edifica
A leveza que me impera
Ao ver que a vida é deixar voar

Voa em direção as estrelas
Que o infinito está nas garras da ave mais ousada
Voa em direção aos céus
Que a estrada só chega ao fim
Quando se deseja que se chegue

Voa

Pois é só o começo
E o mundo é muito pouco
Para quem tem pernas para voar

No meio de cada fim...

No meio de cada fim
Encontro o começo de cada meio
Parece devaneio
Mas cheguei a sutil conclusão
De que é melhor viver as coisas
Por inteiro

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Poeta Covarde (Parem de Escrever Poesia!)

As vezes sou um poeta covarde
Poeta com areia nos olhos,
Ofuscado pela intensidade
Cada emoção e acontecimento que arde
Rompendo em mim todos os poros

É preciso ter muita coragem para viver essa vida
Ousadia e audácia para agarra-la
E mordê-la como um fruto suculento
E apreciá-la intensamente dentro de seu alento
Porém, às vezes, prefiro escrever poesia

É preciso matar um dragão por dia
E atingir nos céus as glórias de vencer angústias e medos
Parem de escrever poesia!
Vamos caminhar por este caminho por inteiro
Guerrear na batalha, brandir as espadas,
Chegar ao desfecho das coisas através desta ousadia

Parem de escrever poesia!
Pois cada palavra é um direcionamento,
Uma aposta, um dispêndio de energia,
Vibração de vida que não volta
E oportunidades não voltam no tempo

Viva o dia como um grande dia!
E respire a poesia deste belo presente
Pois quando parei de escrever
Deleitei-me do amor de cada falange
Que rompe muralhas com o calor do Sol poente