segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um Nariz de Palhaço

Me deram um nariz de palhaço
E eu não sabia
Se era uma piada de mal-gosto,
Pura ironia,
Ou se era um incentivo, uma prece,
Um incêndio de alegria.

Me deram um nariz de palhaço
E eu não tinha uma máscara.
Então fitei o espelho,
E encarei profundamente meu nariz vermelho.

Eu não sabia se eu era ou não a piada.
Se era possivelmente o piadista.
Então encarei novamente
O espelho que refletia
E comecei a rir da minha própria cara.

domingo, 8 de abril de 2012

Coragem de Saltimbanco

Acho que faltam olhos.
Olhos para ver o que não se vê.
Nesse mundo moderno, apressado, as pessoas correm olhando para frente
Sem caminhar olhando para cima e para os lados.
Mais parecem cavalos...

Acho que faltam dedos corajosos
Que consigam apontar as feridas que ainda doem em todos...
Falta gente corajosa para olhar dentro dos olhos dos outros.

Falta gente corajosa para tirar os óculos
E deixar de ver com lentes.
Ver com os próprios olhos.
E empatia para acariciar o sentimento,
Amá-lo e leva-lo para cama
Ao invés de enterrá-lo em medo e desalento.

Acho que ser poeta é ter coragem de encarar a si,
De escutar os gritos dos olhos
De lutar com a folha em branco
De lutar contra a folha em branco

Ser poeta é ter a coragem de ser um saltimbanco.

Por Renê B. Echeverria e Beatriz Porto