quinta-feira, 10 de março de 2016

Galopes de Saturno

As pedras de cascalho na rodovia
Acariciam os pés que caminham e persistem
Os chifres curvados não confundem persistência com teimosia
Há a coragem de subir das profundezas do mar até o topo da montanha

Para trás há um infinito e para frente há horizontes
Distintos imprevisíveis como chuva de verão
Cada raio de sol ardente, cada lufada de vento de caminhão,
Faz florescer flor caliente que habita o peito fértil em abundância

Em direção ao mar abrem caminho
Na selva de pedra há selvageria sem precedentes
O amor não é sempre sorridente
Mas guerreia com o cuidado de não cair do cavalo

A estrada em minhas costas é a pista de pouso dos sonhos mais pretensiosos
A amazona ao meu lado, virtuosa, veio para dar cor ao mundo
E dançamos, cantamos, entre declarações de amor e silêncios soturnos
Até que se apresente o próximo cavalo de aço que nos guiará adiante

Ir em direção ao horizonte

Já não é absurdo.