sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Soneto da Granada


Olhe para esta insignificante bomba.
Ela irá explodir em alguns minutos.
Ela não se importa em ser granada jogada,
Sem um anel qualquer para segurar sua faísca famigerada.

Estava sozinha num canto escuro ao lado da barricada.
Nenhum dos soldados a viu ou ouviu.
Nenhum dos soldados gritou ou insurgiu.
Todos se renderam a uma granada qualquer.

O minúsculo crepúsculo em potencial
Que queimou todas as existências ao seu redor.
Um fragmento de tecnologia, sem boca, sem olhos,
Engolindo todas aquelas vidas com dentes em chamas.

Ela não queria, nem devia, mas era o que era.
Uma pequena granada na face da Terra.
O potencial era de matar o presidente tanto quanto o soldado raso.

Ela não queria, mas era o que era.
Eram todos pequenos pedaços, menores do que ela.
Ela explodiu queimou tudo o que um dia era
[nessa nova velha era.

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