quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasa


Era tudo e nada.
Um paradoxo infame,
Infante, juvenil e senil,
A ponto de bala,
A ponto de explodir a casa.
Cada pedaço de madeira era como uma farsa.

Era tudo e nada.
E o cinzeiro gritava na fumaça.
Coisas de vidro quebrado
E de vinho tinto na taça...

Era tudo e nada
Como o pranto na praça.
Como o bêbado alegre em sua feliz lástima.
Como o junkie na picada de agulha
No agudo da dor instante que passa.

Era tudo e nada
E ele olhava para o chão de paralelepípedo de graça...

Era tudo?
Era nada?
Era só ferro em brasa.

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