Um cigarro, um violão, um pedaço de chão.
Aquelas coisas estranhas de cidadão.
Olhando para o céu, andando na contra mão,
Uma composição por um pedaço de pão.
Na sacola a fumaça da marola
Na cantiga um pedaço de razão
Na loucura estranha de hoje em dia
Os pés para o alto, a cabeça para o chão.
Aquele paraplégico que não sabia andar
Nos números imundos da civilização
Bebeu cachaça, e sem dar nenhuma pala.
Conheceu, na decadência, mais um irmão.
Não sabia de muito além de sua graça,
Seu colchão era seu violão.
O sol impiedoso batia na estrada
O suor era quase um vilão.
Achavam que era teimosia,
Não trabalhar, não ganhar e nem gastar na loja.
Mas o poeta barbudo não era besta e dizia:
-Não é hipocrisia, nem loucura
O gosto das moedas me enoja.
Meu trabalho é para com a vida.
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