segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Às Máscaras Árticas

Que todos são carentes,
Uns mais que outros
Em suas lágrimas incendiárias,
Outros menos que uns
Em suas máscaras árticas.

Ainda indago: para que
Fazer de tanta carência,
De tanto desapego,
Se podemos todos nós
Integrar este nosso todo?

Se nós, criaturas táteis
Ao invés de fazer de tantas táticas
Não nos concebemos utilitários
Comumente gratos
Por desfazer nossas personagens.

Ah! Tantas frígidas máscaras
Amedrontadas, guardiãs de tantas cicatrizes.
Escondendo tantas faces traumatizadas
Com tanto receio de novas diretrizes.

Pobres destas faces recônditas,
Acabrunhantes a vagar
Na ausência do dilacerar,
No entediar dos prazeres
A morrer estaticamente.

Pobres meras faces
Que de tanto sangraram.
Negam-se a escorrer,
Pois detrás de tais máscaras
Resta apenas a carne fria.

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