sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Irrelevância

Concebo o mundo pelo meu pensamento. Fito-o, o interpreto com a irrelevância de poeiras cósmicas. Afinal, como poderia eu ser arrogante se sou tão irrelevante como todos nós, sacos de carne errantes em busca de algum sentido para existir?

De tudo que sei, sou insignificante. E é com minha irrelevância que encaro a realidade, pois esta é minha maior dádiva libertadora.

Minha condição me faz ser o que quiser ao meu bel prazer. Pois de nada faço parte. Nada integro neste mundo em chamas. Nem nada devo aos efêmeros itinerantes que vagam inanes por cá e por lá.

Não sou um homem de palavras, pois estas nada valem. Como poderia eu afirmar alguma certeza, sendo que sou apenas uma peça desintegrada suscetível às paixões do mundo?

Como poderia eu, peça desqualificada de um todo que nunca existiu, afirmar alguma certeza neste conjunto de cenas incessantes e inconstantes?

Não existem certezas. Existem intenções. Estas mesmas serão apenas vitimadas por outras remanescentes.

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