sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tua Pena, Teu Tinteiro De Sangue

Mate-me! Mate-me, por favor!
Mate este coração dilacerado
Tão cansado, tão cansado
De sangrar deste amor.

Mate-me, por favor!
Ou então me venha em sua intenção
Venha sangrar de mim, de ti
Venha sangrar em mim tamanha dor!

Venha e me diga
Que ilusões um dia forjou.
Escreva com sua pena
Achada nas ruas vazias,
Umedecida num tinteiro de sangue,
Em meu peito as lesões débeis
Que nunca concebi e nunca esqueci.

Apenas gostaria de lhe dizer
Em cartas-poemas-perdidas
Todas as corrosões profundas
Que sua graça me causa e me causou.

Em tal desejo patético
Sem fundação, de qualquer ilusão
Piegas, talvez nasça apenas
Uma atração por tua pena.

Uma atração por tua pena,
Ferramenta de sofrimento,
Tinta lívida em escarlate.
Tua pena...
Pois existem coisas
Que devem ser escritas
Com sangue.

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