segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Às Galinhas Psicodélicas (Flor Nascendo do Asfalto)

Quebram-se rotas
Para se expandir as linhas do mapa.
Torcem-se novas,
Veias abertas e sangue morno
Enquanto o calor canta na estrada.

Os pés se movem no samba torto
O coco que os paulistas paranoicos
Aprenderam no Sergipe
Pode ressoar até Minas Gerais

E ainda muito longe irá
Pois quando o navio está longe do cais
Aprende a ser submarino.
Quando a flor se rompe do caule
Torna-se poesia.

E diante da margem
Muitos surfistas do asfalto.
Poemas descalços sob a areia de Aracajú,
Galinhas mangueando sorrisos
Nas praças de Ouro Preto, semáforos de Belo Horizonte
E pretensões em direção ao Rio Grande do Sul

Pois este mundo está doente
E, para o artista de rua,
O sorriso que se desperta de um rosto cansado
É o maior pagamento, maior do que qualquer salário.
Porque dar brilho de dente a rua,
É atingir os céus
Cada graça que sai pela tangente
É valiosa antes de se passar o chapéu.

E ainda existem seres de luz
Que iluminam as trilhas dos andarilhos tortos
Que acreditam no nosso compromisso de conhecer o novo,
E de enfeitar a rua liberando o riso absorto.

Pois o amor é a autêntica revolução
Não existe maior contra-cultura
Do que a graça se sobrepondo ao tempo e a razão
E é um imenso prazer, junto a outros palhaços,
Ter privilégio de ser mais uma flor

Nascendo do asfalto. 

Dedicado às Galinhas Psicodélicas Kauê Pedroso, Tássia Corrêa e Lucca Ignácio

Nenhum comentário:

Postar um comentário