quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Dona De Meu Zelo

Só te peço para fazer estrelas para enfeitar meu céu.
Dos teus pequenos feitiços raivosos, insensatos como as minhas atitudes,
Não posso dizer que sou o único réu.
Mas sou poeta tentando desvendar o carinho das tuas redes de féu.

Tentando explorar teu sangue meu,
Derramado no breu de algo incompreensível,
Desvendo o visível paradoxo do oco.
Ecoam os gritos dentro de si.
Não poderíamos nascer um para o outro,
Pois tu és escudo enquanto sou arma a disparar em desatino insensato!

Frutos pútridos do absurdo
Que nutrem a terra ao queimar de pleno Sol.
Queria olhar para os teus olhos soturnos,
Eles que são o canto para os surdos;
A dança dos paraplégicos;
O caminho indeciso do frevo d'um carnaval que não chega.

Encontro teu olhar na perdição de teus cabelos curtos.
Tendo a tentar entender porque não podemos,
Nós almas perdidas na madrugada,
Olhar nos galpões das inexistentes galinhas.

Queria ter as tuas lentes coloridas!
Queria dizer sem nenhuma vergonha corrompida
O quanto prezo o zelo e tento
Com os olhos falar.

Gritar lágrimas,
Chorar versos
Só para tentar escutar as emoções tímidas
Que murmuram carícias e socos em meus tímpanos
E caixa torácica.

Discretamente em exaspero
Tento ver teus olhos castanhos no espelho de meu desespero.
Tento dizer o quando disto e daquilo que já disse,
Dos desencontros e de nossos apocalipses,
O quanto tu és preciosa,
O quanto prezo o preço da dona de meu zelo.

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