sábado, 20 de agosto de 2011

A Antiga Central

O solo se irregula na terra de retângulos,
Cada geométrico cravado parece devorar
Seus vizinhos lentamente.
Suas faces, manchadas de substantivos,
Parecem gritar em múltiplas personalidades.

O contexto atenua o teor paradoxal do verde-cinza.
Colméias bloqueiam a luz, envoltas por
Abelhas que não voam.
Insetos rotulados, enumerados, capengando
Enrolados como cigarros a queimar.

Parem-se mancos – Reparem como andam!
E zumbem, e zumbem, e zumbem
Tentando voar com suas azzzas aleijadas,
Feitas em frangalhos de forma tão precoce,
Antes mesmo de suas próprias gêneses.

Algumas vestem-se em panos, exclamando superioridade
Em seu ócio burlesco. Outras, em seus trapos, maltrapilhos
E maltratados, perseguem falsos profetas.
Os admiram em seu sistema nervoso de engrenagens enferrujadas
E circuitos queimados.

- Oh, insetos aleijados de tantos olhos, que função eles tem?
- Porque entregaram suas línguas, integraram as massas fúngicas,
E continuam a zumbir tendenciosamente?
- Oh, insetos caídos, porque abandonaram o céu e se rastejam
Como minhocas que não são?

Um comentário:

  1. Ótima poesia, Renê!
    Você usa palavras ricas, criando frases fortes, onde as mensagens são colocadas de uma maneira bem pessoal, mostrando o teor de suas idéias.
    Grande abraço, sucesso e grato pela visita.

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