terça-feira, 17 de maio de 2011

Menina-Anacronia

Oh menina, oh menina
Em meu tépido peito enclausurada.
Oh menina, graciosa vítima
De minhas febris serenatas!

Oh menina que me esquentou,
Que em mim consolidou mais uma anacronia.
Agora tua ausência me esfria em nova alteridade,
Após a alvorada que se rompeu
[e o dia que mal começou.

Oh menina, oh menina!
Não minta, não diga
Que após colocar um alvo no peito
Não quer ser pelas flechadas atingida!

Oh menina, sorria!
Tu tens uma flecha no peito!
Deixe-o sangrar!
Deixe teu seio respirar!

Pois enquanto uns as arrancam,
Apavorados no mesmo medo,
Outros de coração oco
Clamam e suplicam pelo mesmo!

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