Joga o cigarro e apaga com o sapato
O último trago deixa sua boca.
Seus dentes mordem os lábios,
O olhar é voraz,
O peito sibila, chia, queima e palpita.
O raspar sobe sua garganta...
Olhou para a bituca no chão,
Pisou com o rancor de um perdedor obstinado,
Transformou-o em um pedaço distorcido de nada.
O Sol batia forte nas pupilas dilatadas,
E brotou, como no surreal de um sonho, ao seu lado
Uma lata.
Uma lata de lixo reciclável.
Ele fitou a lata de lixo
E a bituca com seus olhos fixos em chamas
E disse:
“Bitucas não são recicláveis”
E abriu mais um maço
E acendeu mais um cigarro...
E jogou o cigarro, e o apagou com os sapatos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário