terça-feira, 25 de outubro de 2011

Gula de Poeta

Quero mais armações, mais clarões,
Mais explicações - por mais equívocas que sejam -,
Mais arrepios, mais mentiras,
Mais ilusões, mais harpias,
Mais loucura, mais cicatrizes,
Mais asco, mais música
E mais álcool, mais incensos de Cingapura
E tudo abaixo das conjunturas
E mais ARTE e mais POESIA para massagear meu cérebro,
E o coração que palpita
Para influenciá-lo e fazê-lo pulsar fluído e maquinar
Qualquer coisa que eu possa respirar,
Que eu possa gritar,
Que eu possa transpirar
Para inspirar qualquer outro poeta
Qualquer pessoa que passa na rua
Que queira algo para engolir,
Algo para digerir
Para expirar,
Para inspirar
Outro poeta que possa surgir
Fazendo uma corrente de luz
Jogando arpões para pescar poesias no mar
Tudo para transpor e transpirar
As vísceras mais belas
Que um dia precisaram gritar algo para inspirar algo
E dilacerar o mundo com suas próprias unhas.

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