terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A doença do patético

O patetismo de meus atos
Não me envergonha nem me humilha
Sou apenas um patético romântico
Em busca de uma cura ou uma anestesia
De minha insalubre e melancólica existência.

Românticos são patéticos,
Pois sentimentos também são.
Pois estar vulnerável a desilusão e decepção
É simplesmente patético.

Mas a pateticidade é humana
Pois só os patéticos vulneráveis
Que provaram do azedume da dor
Podem ser vítimas da alegria.

Sou apenas uma vítima impulsiva
Uma alma torturada
Uma criatura ridícula e vencida
Diante de um jogo sentimental.

Pois o preço da alegria
É a trágica tristeza
E a infelicidade se torna tangível
A felicidade se torna utopia.

A dor e o sofrimento são apenas constantes
Alegria é apenas uma droga rara
Um entorpecente caro
Uma morfina.

E o preço de tal anestesia
É o sangue derramado
Das veias laceradas
Da dor do patético.

A cura é apenas uma utopia
Somos apenas vítimas
Da patologia quase extinta
Da doença do patético.

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