domingo, 20 de dezembro de 2009

Sonho sem sono

Surgiu, súbito e intenso
De uma improbabilidade doce.
Surgiu entre diálogos intelectuais
E doces risos.
De confiança e carinho
Humanidade e preocupação.

Por um momento tão digno
Não planejado e voraz.
Rendemo-nos ao destino
Sem preocupações, sem dramas.

Rendemo-nos a nós
Num sublime espetáculo.
Somos protagonistas
De um romance em clímax.

De tanta insegurança
Gestos ingênuos e óbvios.
De tamanha compatibilidade
Intensa paixão insólita.

Como se a impossibilidade
Nada significasse
Diante da intensidade
Do ocorrer de nosso momento.

E atuamos, como dignos protagonistas
Em nosso espetáculo sem roteiro.
No impetuoso improviso
Da avassaladora intenção de nós.

Nossos corpos compreensivos
Exalam pelos poros
A doce e leve melodia
Da epifania de nossa união

A harmonia em nossos olhares
De um contemplar de nossos rostos
Atados por nossos braços
Na égide carinhosa de nosso abraço.

No evitar de pensamentos
De preocupações futuras
Irrelevantes diante de nós
Pois foi unicamente relevante nosso momento.

Surgiu, súbito e doce
Como um simples sonho sem sono
Na música atemporal
Da união de nós.

Surgiu, improvável e vivaz
Como um doce sonho sem sono
Na realidade inacreditável
Em felicidade e harmonia.

E evanesceu como teu perfume
Em tua pele branca e macia.
E evanesceu ao amanhecer
De nosso alegre e melancólico terceiro dia.

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