segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Irrelevância e o Tempo

A névoa que encobre
A escuridão da noite
A fumaça que exala
Meu cigarro de prazer
São fatos irrelevantes
Cotidiano de meu ser

Como a irrelevância julga
Todo fato simples ou complexo
São apenas frutos
De um julgamento convexo

Como o cachorro que anda pela rua
Ou o mendigo que lhe pede uns trocados
E que, sem perceber se julga
Tudo que está ao seu lado

E que, em completa apatia
Apenas não observa e segue em frente
E julgando sem notar
Não olha
Apenas caminha
E mais um cigarro acende

São fatos comuns
Que nada significam
Para muita gente

Eu apenas observo
Cada mísero detalhe
Da sociedade decadente

E digo que
A irrelevância é relativa
Ao ser que observa
E evita o julgamento

Pois esta mesma
Tem muito a mostrar
Para aqueles que não julgam
E se interessam em observar

A irrelevância é apenas uma venda
Que limita a realidade do vendado
È apenas uma prisão
Que diminui o ser
E o transforma em apenas
Um simples obstinado

A maior inspiração
Pode ser despertada
Pela simples irrelevância

A maior conclusão
Pode ser encontrada
Nessa simples irrelutância

Mas o mundo vive depressa
Depressa demais
E o tempo escraviza o ser
Com obrigações tão diversas
Que este
Esquece de ser

Apenas corre contra os ponteiros
Apático, mecanizado
E que mais parece máquina
Do que criatura
E que não tem nem sequer
Um sonho realizado

Não vive, existe
Não caminha, corre
Não observa, não vê
Não é nada mais que
Uma lataria
Cheia de engrenagens
Que nada sente, nada crê

O julgamento de irrelevância
Às vezes não passa de ignorância
E o único exemplo que te dou
São esses versos infames
Que a suposta irrelevância inspirou

Nenhum comentário:

Postar um comentário